Á Descoberta do Dao. Lao Tzu; "Viver de acordo com a nossa Natureza."
O sábio não tenta ser poderoso;
Assim ele é realmente poderoso.
O homem comum segue perseguindo o poder;
Assim ele nunca alcança.
O mestre não faz nada
mas não deixa nada inacabado.
O homem comum está sempre fazendo coisas
e mesmo assim, muito mais são deixadas por fazer.
O homem bom faz alguma coisa
mas algo fica por fazer.
O homem justo faz alguma coisa
e deixa muitas coisas por fazer.
O homem moralista faz alguma coisa
e quando ninguém obedece,
Ele ergue o seu escudo e usa a força.
Quando o Tao é perdido, há a bondade.
Quando a bondade é perdida, há a moralidade.
Quando a moralidade é perdida, há o ritual.
Ritual é a casca da fé verdadeira,
O início do caos.
Por isso o sábio se preocupa
com as profundezas e não com a superfície,
Com a fruta e não com a flor.
Ele não tem desejos próprios.
Ele habita na realidade
e esquece todas as ilusões.
Faz parte da nossa natureza
sermos bondosos, porque nós viemos do Tao que é a bondade; mas quando estamos a
tentar ser bondosos, a nossa natureza essencial deixa de funcionar. Quando nos
esforçamos para que isso aconteça, perdemos o contato com o Tao. Segundo Lao
Tzu; "Quando perdemos o Tao existe a bondade." A natureza é
bondosa sem saber que o é. O pensamento aqui implícito é que no Tao não
existe polaridade, isto quer dizer que não há bom nem mau, ou certo ou errado,
simplesmente é. Como Lao Tzu parece dizer; O Tao é unicidade não tem padrões
nem regras que possamos seguir, o Tao limita-se a ser. Nada está a fazer,
mas nada deixa por fazer.
Não
há moralidade mas apenas, o Tao independente. Seguindo este pensamento pode-se
chegar á conclusão que viver de acordo com este verso de Lao Tzu, pode
ser o oposto total ao que aprendemos ao longo da nossa vida. Segundo o
pensamento de alguns historiadores, Lao Tzu, ao escrever este verso foi
uma manifestação de oposição a Confúcio, seu contemporâneo, que tinha definido leis,
e códigos de conduta para o povo.
Lao
Tzu, neste campo da essência, da verdade interior, da natureza, e unicidade,
queria mostrar que apesar de vivermos com leis e códigos, e meio perdidos neste
mundo de regras e artifícios, podemos sempre optar, viver de acordo com a
nossa essência, para assim construirmos a melhor versão de nós
mesmos.
Comentários
Enviar um comentário